Conciliar maternidade e trabalho não é fácil. Segundo pesquisa da revista Crescer feita entre as leitoras, 94% das mulheres relatam ter dificuldade manter os dois em equilíbrio. E ainda 64% delas tiveram a carreira prejudicada pela maternidade – seja porque tiveram de recusar projetos mais ambiciosos ou promoções para terem tempo para o filho, seja porque deixaram de ser promovidas por serem mães.
Esse é um tema que começa cedo na vida profissional de uma mulher. Você quer ser mãe? Se sim, quando terá espaço para a maternidade em sua carreira? E depois? Como exercer o duplo papel de mãe e trabalhadora? Nesse sentido, encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e familiar é o sonho de muitas mulheres. Porém os obstáculos e desafios ainda são grandes. Preconceito do mercado de trabalho, políticas trabalhistas e falta de flexibilidade estão entre os agravantes mais citados no cotidiano dessas profissionais.
As dificuldades que as mães enfrentam
A falta de tempo geralmente leva aos sentimentos de culpa e incompetência, seja em relação à família, seja em relação ao empregador. É por isso que muitas mães recorrem a empregos com horários mais flexíveis. O problema é que, normalmente, são oportunidades que pagam salário mais baixos e exigem um alto grau de comprometimento e disciplina.
“Essa situação diz respeito, principalmente, a uma compreensão patriarcal da sociedade brasileira que coloca os homens como ‘mais capacitados’ para o desempenho de uma função fora de casa, fora do ambiente doméstico. Assim, as mulheres ficam vinculadas à vida privada, aos cuidados dentro de casa”, aponta Adriana Reis, procuradora regional do Trabalho de São Paulo (MPT-SP). “Enquanto mães, elas desempenham um trabalho que é invisível, não remunerado, mas que atende a um interesse público.”
De acordo com pesquisa da consultoria IDados com base em informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2018, o salário médio de uma mulher sem filhos é de R$ 2.115,39 no Brasil. Este valor cai em cerca de 1/4, para R$ 1.560,50, quando ela tem filhos. Já para os homens, a diferença é menor quando observada a relação entre remuneração e paternidade. Enquanto pais ganham, em média, R$ 2.003,28, o brasileiro sem filhos recebe R$ 2.228,77 (11% a mais).
Algumas formas de conciliar maternidade e trabalho
Lembre-se: a perfeição não existe. Portanto, você não precisa ser uma mãe e uma profissional perfeita. Seja gentil com você mesma. Procure priorizar as tarefas, faça aquelas mais importante primeiro e deixe as restantes para quando tiver tempo. Além disso, tente evitar se comparar com outros pais ou famílias. A culpa também é um grande inimigo nessas horas. Nenhuma família funciona exatamente da mesma maneira que a sua.
Ter uma rede de apoio também é fundamental para conciliar maternidade e trabalho. Ela pode ser formada por pessoas que convivem com a família, como os avós, tios, padrinhos, vizinhos e até mesmo nas redes sociais. Isso porque a troca de experiências com outras mães torna o processo mais acolhedor e especial. É importante lembrar que a rede de apoio não é exclusiva e necessária apenas no começo da maternidade. Ela é necessária em todas as fases, uma vez que a mãe precisa de pessoas que a deixem mais segura, que não julguem suas decisões e que a ajudem a viver uma maternidade mais tranquila.