Catador de papelão em São Paulo, onde cada vez mais pessoas vivem em situação de precariedade
O Brasil continua sendo um país injusto. Segundo levantamento divulgado pelo IBGE no dia 5 de dezembro, 54,8 milhões de pessoas viviam com menos de R$ 406,00 por mês em 2017. O estudo usa critérios do Banco Mundial que considera pobre quem tem rendimento diários abaixo de US$ 5,50. A maior parte, mais de 25 milhões, desta população está na região nordeste.
A proporção de pessoas na extrema pobreza também aumentou, atingindo 15,2 milhões de pessoas que vivem com uma renda inferior a US$ 1,90 por dia ou R$ 140,00 por mês. Segundo o IBGE, o crescimento do percentual nessa faixa subiu em todo o País, com exceção da região norte, onde ficou estável. A pesquisa mostrou, ainda, que cerca de 27 milhões de pessoas viviam em habitações inadequadas, como características físicas, condição de ocupação, acesso a serviços e presença de bens no domicílio.
Para tentar acabar com a pobreza, o estudo apontou que seria preciso investir R$ 10,2 bilhões por mês ou garantir uma renda média de R$ 187,00 a mais para cada pessoa nesta situação. O analista da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, Leonardo Athias, diz que, além de políticas públicas do governo, a melhora nas condições do mercado de trabalho é um dos caminhos que podem contribuir para a redução da pobreza. “Criar oportunidades de emprego, reduzir a desocupação e aumentar a formalização têm obviamente uma série de efeitos que permitem às pessoas saírem desta situação”, avalia.