Mais da metade dos desempregados têm baixa autoestima

13 de dezembro de 2018

Escrito por: Kazuhiro Kurita

Insegurança, estresse, angústia e medo são comuns entre quem foi demitido e está há algum tempo em busca de recolocação.

Além das complicações na vida financeira, o desemprego afeta também o estado físico e emocional dos trabalhadores. De acordo com levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 56% dos brasileiros desenvolveram o sentimento de baixa autoestima depois de perder o emprego e 45% passaram a sentir vergonha diante da família ou amigos. De modo geral, o estudo constatou que o desemprego provocou uma série de sentimentos negativos, como ansiedade, insegurança em não conseguir uma recolocação, estresse, angústia, desânimo e medo. Para o educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, é preciso ter muita calma nessa hora. “A serenidade e o equilíbrio emocional são fundamentais para o trabalhador superar este momento”, ensina.

Vignoli admite que vivenciar a perda do emprego não é nada fácil, porque afeta tanto o lado psicológico quanto o prático, pois todo mundo tem contas a pagar. “Nos dias de hoje, o trabalho assume uma função importante de pertencimento e identidade para as pessoas. Por isso, em muitos casos, quando elas perdem o emprego se sentem pouco produtivas e desorientadas frente à nova realidade e precisam se adaptar”, explica.

A soma das sensações negativas também cobra um preço alto sobre a saúde física dos desempregados. O levantamento mostra que 16% dos entrevistados passaram a descontar a ansiedade em algum vício, como cigarros, álcool ou compulsão alimentar.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, adverte que todos estes desequilíbrios podem piorar ainda mais a situação, porque prejudicam a capacidade da pessoa de pensar e agir de forma racional. Ela lembra que é importante manter a calma e concentrar as energias na busca por uma nova colocação. A psicóloga, coach e palestrante da Academia Emocional, Suzy Fleury, diz que um posicionamento mais otimista faz com que os propósitos sejam alcançados. Quando nos sentimos impotentes e desanimados, paramos de correr atrás dos objetivos. É preciso focar naquilo que queremos atingir.

A psicóloga lembra que todo mundo já passou por crises, pois elas fazem parte do processo de evolução do ser humano. “Então, é preciso perceber como sair delas, pois um dia elas foram superadas. É importante aprender com o passado para não cometer os mesmos erros. Um exercício de inteligência pode ajudar muito neste processo”, diz ela, acrescentando que ficar triste e com raiva faz parte, mas manter estes sentimentos por muito tempo não vai tirar a pessoa das dificuldades.

Suzy alerta que o desempregado não deve cultivar sentimentos negativos, pois eles podem levar a um quadro depressivo. “O Brasil é o quinto colocado no ranking das pessoas que passam pelo transtorno da depressão, segundo a OMS. É um quadro que afeta a capacidade das pessoas de realizar até tarefas mais simples do dia a dia”, finaliza.

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