Mesmo o país sofrendo com o alto índice de desemprego, muitos trabalhadores estão abrindo mão de seus cargos e optando por pedir demissão. Segundo especialistas na área, esse fenômeno acontece principalmente com funcionários mais privilegiados no mercado de trabalho, ou seja, aqueles que não passariam necessidade, caso perdessem seus empregos.
Após o ano de 2020, por conta da pandemia, se começou a questionar muito os modelos de trabalho. O home office, por exemplo, se tornou cada vez mais atrativo. Além disso, os grandes deslocamentos foram repensados e até salários acabaram sendo reavaliados.
Motivos para pedir demissão
Segundo dados fornecidos pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), cerca de 6,17 milhões de trabalhadores pediram demissão nos últimos 12 meses. Esse número representa 33% dos dispensados nesse período.
É importante entender o contexto desses dados, pois alguns fatores impactam diretamente para a inflação desses números, os colocando como a maior taxa desde o início de 2020.
Retorno ao presencial
O controle da pandemia e diminuição dos casos de Covid-19 possibilitaram às empresas o retorno ao modelo presencial de trabalho. Esse é um dos principais motivos alegados para os pedidos de demissão. Muitos trabalhadores não se sentem confiantes no ambiente presencial, até mesmo por produzirem da mesma forma em suas casas.
Qualidade de vida
Os trabalhadores que optam por pedir demissão também usam como justificativa a busca por conforto. Em muitos casos, o profissional escolhe atividades mais calmas e com mais tempo para focar em sua saúde e vida pessoal, mesmo que isso seja refletido em sua remuneração.
Maior valorização
Porém também existe o contrário: os funcionários cogitam pedir demissão por conta de salários, benefícios ou até mesmo reconhecimento dentro da empresa.
Todos os trabalhadores estão cogitando pedir demissão?
O país ainda passa por um momento conturbado para criação de empregos. Sendo assim, essa escolha acaba sendo algo limitado a profissionais mais elitizados e com mão de obra qualificada.
Ainda em junho de 2022, 10,1 milhões de brasileiros não possuem um emprego fixo. Além disso, mais de 20 milhões da população nacional vive abaixo da linha da pobreza. Por isso, é importante entender que os casos são individuais. No todo, o povo ainda precisa de emprego.
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