O Brasil tem mais de 1,4 milhão de profissionais atuando no setor, que tem dado oportunidade de desenvolvimento profissional para trabalhadores de todas as idades.
Um setor que dá oportunidade para jovens sem experiência e para profissionais mais maduros que estão procurando se recolocar no mercado de trabalho em momentos de crise.
Esta é uma característica própria do Telemarketing que, apesar da crise econômica observada nos últimos anos, ainda é um dos segmentos que mais empregam no Brasil, reunindo mais de 1,4 milhão de trabalhadores.
São pessoas como Ana Caroline Silva de Miranda, 20 anos, operadora de telemarketing no Grupo KSL. Ela terminou o ensino médio em 2016 e no ano seguinte começou a buscar o tão sonhado primeiro emprego. Bateu perna por 10 meses, período que ouviu muitos nãos de empresas que exigiam experiência no mercado de trabalho. “É um desafio ser jovem e procurar emprego, pois queremos uma primeira oportunidade e nos cobram experiência”, diz.
A abertura de portas de entrada para o mundo do trabalho viria, então, em outubro de 2017, quando conseguiu uma vaga no setor de telemarketing.
Pouco mais de dois anos depois, ela admite que se trata de uma fase de transição, pois escolheu se formar em Fisioterapia, mas a experiência adquirida tem sido fundamental, tanto para arcar com os custos da faculdade quanto para se tornar uma melhor profissional em todos os sentidos. “Você aprende a trabalhar em equipe, a ser mais flexível, a se colocar no lugar do outro.”
Carreira na área
O perfil de Ana Caroline não é raro no segmento de telemarketing, mas é comum também encontrar trabalhadores que decidiram fazer carreira na área, como Diane Regina Dias Venturini Ferreira, que atua como coordenadora de atendimento na mesma empresa, depois de atuar em outras funções, como operadora, monitora e supervisora. “A possibilidade de crescimento existe, mas é necessário ter vontade, querer e ir atrás de conhecimento”, afirma.
Diane acredita ainda que a disposição de aprender está associada também a uma postura adequada no ambiente empresarial e a se relacionar bem com os demais colegas de trabalho. Palavras de quem lidera uma equipe com mais de 120 profissionais.
Outro exemplo de que o setor possibilita crescimento profissional é Falcão Soares Sasso, 38 anos, dos quais 20 dedicados ao segmento. Ele também começou na operação, passou por funções diversas até se tornar o que é hoje: superintendente operacional e de qualidade da Flex Contact Center, atuando em uma unidade com mais de 1.500 funcionários, na zona sul da Capital.
Apesar de muitas empresas do segmento darem as condições necessárias para o desenvolvimento de carreira, Sasso lembra que o profissional também precisa correr atrás, se aperfeiçoando continuamente. Ele deve entender também que as inovações tecnológicas trouxeram a necessidade de os trabalhadores apresentarem novas competências para atuar em um mercado muito competitivo. “O telemarketing é dinâmico e, para se destacar nele, é necessário iniciativa, vontade e determinação”, orienta.
Mais empregos
Presidente do Sintelmark (sindicato que representa as empresas especializadas nas relações com clientes do Estado de São Paulo), Topázio Silveira Neto diz que ampliar o número de vagas será uma das prioridades em sua administração (2020-2022). “Queremos não apenas continuar gerando empregos, mas ajudando trabalhadores a construir carreiras belíssimas neste segmento”, destaca.
Para alcançar esse feito, diz Silveira Neto, é necessário que as empresas busquem um processo de atendimento cada vez mais qualificado e isso passa não só pela tecnologia, mas pela contratação de profissionais que reúnam algumas características bastante valorizadas pelo mercado, como vontade de crescer, aprender coisas novas, gostar de se relacionar com pessoas e ter organização e disciplina. “Esses são passos importantes para se destacar no segmento”, finaliza.
