Carlos Mencaci diz que muitos graduados enfrentam dificuldades para ingressar em sua área de atuação.
Os jovens de até 29 anos são os mais afetados pelo alto índice de desemprego no País, chegando a mais de 4,5 milhões de desocupados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Diante deste cenário, o Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE) fez uma pesquisa inédita sobre empregabilidade dos recém-formados entre 2014 e 2018 com 1.114 entrevistados.
O estudo mostrou que 54,5% conseguiram trabalho e 45,5% estão parados. Dos que estão na ativa, apenas a metade entrou na área de sua formação em menos de três meses. Por outro lado, praticamente a mesma quantidade migrou para outros campos de atuação. Assim, advogados, engenheiros e administradores viraram vendedores, motoristas de aplicativo, motoboys, corretores, faxineiros e atendentes de telemarketing, entre outros. “Muitas vezes, o profissional não encontra uma posição no segmento almejado e migra para os demais setores. O motivo, geralmente, é a falta de experiência, a assombração da juventude ao redor do mundo”, explica Carlos Henrique Mencaci, presidente do NUBE.
De fato, a pesquisa comprova este fator. A maioria dos entrevistados disse que não foi contratada porque não tinha a vivência necessária no campo de atuação. Isso passa por questões específicas de cada empresa e só quem vai em busca de cursos extracurriculares e capacitação além da faculdade se destaca. Além disso, 9,07% também apontou a distância como uma dificuldade para entrar em uma empresa. “Fizemos uma análise nacional e isso revela o problema de muitos com o deslocamento, carência de transportes públicos, trânsito, pouco acesso e falta de verba para a locomoção, entre outros”, informa.