Para Renato Grinberg, o documento é o cartão de visitas do candidato e por isso deve causar uma boa impressão ao recrutador.
Normalmente, o recrutador de uma empresa recebe centenas de currículos para uma só vaga. Com isso, se o documento não tiver um formato atraente e ser resumido, muitos candidatos ficam de fora na primeira peneira, sem chance de se apresentar pessoalmente nas demais fases do recrutamento.
Para Renato Grinberg, especialista em gestão e liderança, um currículo bem elaborado é claro, objetivo, sem erros de ortografia e gramática e que valoriza os resultados conquistados em outros trabalhos. Se o processo de seleção for muito concorrido, o recrutador tem pouco tempo para ler e avaliar cada documento. Por isso, se ele encontrar erros logo de cara, provavelmente o candidato já será descartado neste primeiro momento.
De acordo com o especialista, inconsistências de informações são percebidas nas etapas seguintes do processo seletivo. Ele não vê problema em aumentar um pouco as competências, mas sem mentir. “Muitos candidatos divulgam informações no currículo que não correspondem à realidade e isso é fatal durante a entrevista”, afirma.
Mentira tem perna curta
Madalena Feliciano, diretora de projetos da empresa Outliers Careers, também diz que a pessoa não pode se acanhar quando escrever seu currículo. “Ao falar de habilidades, o candidato não precisa ter medo de fazer um pouco de marketing pessoal, apresentando casos de clientes anteriores que tiveram sucesso com sua ajuda”, ensina.
Madalena orienta que um bom currículo deve conter informações básicas do profissional, além de outras que sejam relevantes para sua contratação. “Nome, telefone, e-mail profissional sem apelidos são essenciais, assim como a formação formal e cursos paralelos e um resumo das experiências e qualificações. “O trabalho com filantropia também é um diferencial”, avalia ela.
Para a diretora, quem nunca trabalhou e está atrás de uma primeira experiência não precisa entrar em pânico. “Afinal, esse é o momento de demonstrar, seja pelo currículo ou na entrevista, que está buscando garantir o futuro e deixar isto claro é importante”, diz ela, alertando também para a questão das mentiras. “Elas têm pernas curtas e acabam sendo um tiro no próprio pé”, garante.
Segundo Grinberg, um estudo feito pela consultoria de recrutamento Robert Half, em 2017, apontou que 75% dos diretores de empresas brasileiras já deixaram de contratar candidatos por terem descoberto inverdades no currículo. A pesquisa mostra, ainda, que as mentiras mais comuns em currículos de candidatos no Brasil são relacionadas à experiência de trabalho, qualificações de ensino, habilidades técnicas e idiomas.
Dicas para não errar
Idioma – É preciso muita atenção com a Língua Portuguesa. Ortografia, concordância e coesão precisam estar impecáveis.
Layout – Um bom currículo é aquele de fácil leitura. Informações embaralhadas, ordem cronológica incorreta ou confusões na aparência podem dar a impressão de que o profissional
é um pouco confuso também. Por isso, é recomendável apostar em modelos mais objetivos, simples e de fácil visualização.
Alinhar cargo com objetivo – Se o objetivo do profissional não tiver aderência com o cargo oferecido, o candidato pode não ser aprovado para a fase de entrevistas.
Idiomas – Embora seja um diferencial, é melhor colocar o nível exato de fluência em outras línguas.
Competências – Não queime a chance com o recrutador mentindo sobre suas competências, pois poderá nunca mais ser chamado para outros processos seletivos.