Serão necessárias nove gerações para crianças nascidas em uma família de baixa renda, os 10% mais pobres da população, alcançarem a renda média do país. O dado faz parte do Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e aponta que a média dos países do grupo é de cinco gerações.
Dos 30 países avaliados, a pior situação é a da Colômbia, onde serão necessárias 11 gerações para a ascensão social de descendentes de famílias pobres. Em seguida, aparece o Brasil, empatado na segunda pior posição com a África do Sul.
“No geral, em comparação com outros países, o Brasil faz comparativamente pouco particularmente em termos de desigualdade de renda e mobilidade de renda entre gerações. O mesmo se aplica a muitos outros países da América Latina e economias emergentes, que combinam desigualdade muito alta com baixa mobilidade de rendimentos”, afirma o levantamento.
Entre os países com as melhores posições no índice da OCDE, estão Dinamarca, Noruega, Finlândia e Suécia. Nessas nações, seriam necessárias duas ou três gerações para que as crianças de famílias pobres atinjam a renda média.
Para a OCDE, a desigualdade continua alta no Brasil e o sistema educacional é uma das razões. O relatório ainda leva em conta algumas melhorias relacionadas ao aumento do investimento e do acesso à educação primária e secundária gratuita, mas pontuam que tais conquistas ainda são pequenas se comparadas ao grande desafio dos brasileiros.
A organização internacional recomenda uma maior eficiência nos investimentos em educação e saúde no Brasil. Também sugere o aperfeiçoamento do acesso e qualidade do ensino profissional, além de uma melhor distribuição de renda por meio de reformas que aumentem os gastos sociais em programas direcionados aos grupos mais vulneráveis.