Estudo do IBGE mostra que as mulheres gastam quase o dobro do tempo com trabalhos domésticos que os homens.
As mulheres dedicaram muito mais tempo com afazeres doméstico e cuidado de pessoas que os homens em 2018. Este foi o resultado do levantamento “Outras Formas de Trabalho” da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 26 de abril.
Mesmo trabalhando fora, a mulher cumpria oito horas a mais em obrigações domésticas que o homem e a diferença era ainda maior quando os dois estavam desempregados. Segundo a pesquisa, estima-se que 87% da população com 14 anos ou mais realizaram afazeres domésticos e/ou cuidado de moradores ou de parentes em 2018, o que representa 147,5 milhões de pessoas.
Para a analista da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, nos últimos três anos, houve um crescimento da participação masculina no trabalho doméstico, mas as mulheres continuam sendo maioria e dedicam mais horas mesmo em situações ocupacionais idênticas a dos homens. “Isso revela uma realidade distante na equiparação de tarefas no domicílio”, comenta.
Das sete atividades pesquisadas em afazeres domésticos, a mulher foi maioria em seis. Cozinhar foi a tarefa com a maior diferença entre os sexos, com incidência de 95,5% entre as mulheres e 60,8% entre os homens. A presença masculina foi maior apenas em “fazer pequenos reparos no domicílio”.
A mulher também era maioria em todas as cinco atividades pesquisadas em cuidado de pessoas, que leva em conta a responsabilidade por crianças, idosos ou doentes. A diferença entre homens e mulheres era maior em atividades como auxiliar nos cuidados pessoais e educacionais e menor em ler, jogar ou brincar e transportar ou acompanhar em escola, médico e exames. “A diferença entre sexos no cuidado de pessoas não se mostrou tão discordante quanto em trabalhos domésticos, mas a mulher, além de realizar mais tarefas, também tem peso muito maior em obrigações mais essenciais nos cuidados do dia a dia”, finaliza Maria Lúcia.