O jornal O Amarelinho e a organização social Cruzando Histórias firmaram uma parceria, por meio da qual abrem espaço para mulheres contarem, por elas mesmas, as suas trajetórias relacionadas ao mundo do trabalho.
A história abaixo é de Amanda Cerqueira Lima Alma, jornalista, 28 anos, São Paulo, SP.
“Eu me formei jornalista como realização de um sonho de menina. Com oito anos, já brincava de apresentar o meu próprio telejornal para os meus avós, a quem eu chamo de pai e de mãe porque são quem me criou. Eles achavam que o meu desejo profissional não passava de diversão, mas, quando eu boto uma coisa na cabeça, corro atrás! Assim aconteceu: cresci sonhando em ser jornalista, saí da escola e ingressei diretamente na faculdade, com o auxílio de uma bolsa de estudos.
Em paralelo, trabalho desde os meus 15 anos, ajudando meu avô-pai na pequena empresa dele, onde aprendi tudo que sei sobre comunicação e atendimento aos clientes, no pré e pós-venda. No entanto, eu queria entrar para a área de Jornalismo e consegui um estágio, no último semestre, como assessora de imprensa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi bacana atuar, ainda que por pouco tempo, na profissão que tanto estudei.
Determinação para começar
Com o diploma de jornalista, senti-me feliz, mas também frustrada. Tentei, mas não consegui entrar para a área, o que me causou uma sensação de impotência, que ganhou ainda mais força com o tempo, ao se somar a um trauma que sofri enquanto adolescente. Numa passagem rápida por um emprego, fui maltratada por uma chefe. Na época, não tive maturidade para lidar com o problema e aceitei que o meu destino seria ajudar na empresa familiar, além de ser dona de casa. Meu marido era o provedor, enquanto eu perdia a fé em mim como uma profissional qualificada.
Até que, em novembro de 2022, presenciei o adoecimento do meu marido. Ele começou a ter crises de pressão alta por conta do estresse no trabalho. A situação ficou difícil diante das contas cada vez mais apertadas. Entendi que tinha que ajudá-lo e foi aí que enfrentei meus medos e comecei a entregar currículos!
A volta por cima
Felizmente, consegui uma vaga temporária de nove meses como assistente comercial backoffice, em uma empresa multinacional. A princípio, sentia-me uma farsa como executiva, mas persisti. Coloquei meus conhecimentos, inteligência e determinação em jogo e aprendi tudo que a vaga exigia. Superei todas as expectativas da empresa, mas principalmente as minhas. Também descobri que sou uma profissional ótima!
É neste momento que me encontro. Há três meses, esse trabalho temporário acabou e agora luto por uma vaga na minha área de formação, como jornalista, mas também estou aberta para oportunidades em comunicação e marketing digital.
O resultado da determinação
Apesar de confiante, é difícil encarar a exigência de experiência. Por isso, gostaria que os recrutadores soubessem que o que me falta em experiência como jornalista, sobra-me em força de vontade e determinação. Sou uma mulher responsável, dedicada e aprendo com facilidade. Não à toa aprendi dois idiomas, inglês e espanhol, e caminho para o terceiro, italiano, de forma autodidata. Sou apaixonada por me comunicar e escrever e, deixando a modéstia um pouquinho de lado, sei fazer isso muito bem!
Agora que retomei a confiança, encontro no trabalho uma fonte de autoestima, segurança e autonomia. Busco um emprego, tenho muito a oferecer e me sinto mais pronta do que nunca!”
Quer conhecer o Cruzando Histórias?
O Cruzando Histórias atende mulheres pessoalmente de segunda e quarta-feira, das 10h às 16h, na Rua Barão de Itapetininga, 255, sala 605, 6.º andar, República. Mais informações pelo WhatsApp: (11) 91013-3337 ou no site ch.org.br .