O Dia das Mães é uma data importante não apenas para presenteá-las ou homenageá-las, mas também para refletir sobre como o mercado de trabalho ainda discrimina essas trabalhadoras.
Após a maternidade, é notório o aumento da pressão profissional para que a mulher consiga equilibrar carreira e vida pessoal. E muitas já sentiram isso na pele, como Gabriela Mauro, diretora de marketing e mãe da Maria Luiza. Após o período de licença-maternidade, ela resolveu buscar novas oportunidades no mercado e uma delas a atraiu por fatores como a distância e a importância da empresa que realizava a seleção.
O processo seletivo foi longo, em cinco etapas, e em nenhuma delas Gabriela foi questionada sobre ser mãe, o que a tranquilizou momentaneamente. Além do mais, ela atendia ao perfil exigido para a vaga. Até que, na última fase, em entrevista com o dono da empresa, ela foi surpreendida com uma afirmação, seguida de uma pergunta: “Aqui diz que você é casada. Você tem filhos?”
“Ao responder que sim, os questionamentos já não diziam mais respeito à qualificação, mas sobre quem ficaria com a minha filha durante o trabalho, como faria, caso ela ficasse doente. Sabia que tinha eu e outra candidata disputando a vaga e ela foi selecionada. Tenho certeza de que ser mãe de um bebê pesou na decisão da empresa”, diz Gabriela.
“Filhos no Currículo”
Histórias como a de Gabriela, infelizmente não são raras. É o que diz a professora e empreendedora social, Laine Daniel. Por conta das dificuldades de mães em ingressar no mercado de trabalho, ela criou em janeiro deste ano o projeto “Filhos no Currículo”, que tem atendido inicialmente profissionais da zona noroeste da capital.
Segundo ela, além da discriminação por parte de determinadas empresas, há outros fatores que distanciam essas trabalhadoras do mercado de trabalho, como o fato de não ter com quem deixar o(a) filho(a) recém-nascido(a), após o período de licença-maternidade, quando muitas são desligadas das empresas em que trabalham.
Então, em um primeiro momento, a ideia foi buscar uma companhia da área de telemarketing que propiciasse a oportunidade de um trabalho para essas profissionais em home office. “Tivemos 283 mulheres inscritas e 21 foram contratadas”, diz.
Oportunidade conquistada
Uma das aprovadas foi Geórgia Matos, que ainda estava de licença-maternidade quando decidiu ir em busca de uma nova oportunidade por um motivo simples. “Eu sabia que seria dispensada assim que retornasse à empresa anterior”, afirma.
A posição conquistada era tudo que ela queria, por ser mãe de três filhos, dois dos quais ainda pequenos, uma com três anos e outra com três meses, respectivamente. “Hoje, consigo trabalhar de casa e acompanhar o desenvolvimento deles”, comemora.
Para mais informações sobre o programa “Filhos no Currículo”, basta passar uma mensagem pelo WhatsApp: (11) 99549-0815, para Edilaine Daniel.