Especialista lista seis aprendizados para a carreira para quem está em casa.
A pandemia do novo coronavírus trouxe o necessário isolamento social e, consequentemente, profissionais passaram a vivenciar algumas experiências atípicas, como o trabalho em casa. Junto à novidade, surgem desafios que pedem, por exemplo, novas formas de se relacionar e maior familiaridade com o mundo digital.
Para Lucas Oggiam, diretor da Michael Page, consultoria especializada em recrutamento, apesar das adversidades, é importante reconhecer que períodos de crise podem nos fazer enxergar “fora da caixa” e alcançar novas oportunidades, tais como buscar aprendizados que deem impulso à carreira. “As pessoas podem sair mais bem preparadas, desde que aprendam com a situação”, diz.
Para Oggiam, vivemos uma situação inusitada e os profissionais precisam mais do que nunca mostrar características, antes já valorizadas pelo mercado, como adaptabilidade às mudanças, responsabilidade com o outro, comunicação mais eficaz e capacidade de aprender sobre o novo. “Só assim será possível atender e disseminar as expectativas das empresas neste cenário complexo que vivemos”, explica.
Oggiam admite que poucos ganham com a situação de isolamento social, se pensarmos em questões econômicas. Mesmo assim, é importante ter uma visão otimista e isto é uma decisão interna. “Agora, é hora de filtrar as informações, ter uma mentalidade para solução de problemas e não para identificar e apontar culpados”, afirma.
Aprendizado
Abaixo, o especialista menciona seis aprendizados importantes para profissionais saírem fortalecidos da crise:
É comum estarmos tão ocupados no dia a dia que não conseguimos arrumar tempo para aprendermos algo novo. Mas, nas últimas semanas, muitos descobriram novidades, como novas formas de organização para o trabalho remoto, como estabelecer canais de comunicação ativos e claros, acesso a novas tecnologias e outros modelos de liderança.
Grande parte das empresas ainda não possui uma política ou infraestrutura para oferecer o home office. No entanto, nota-se que em aproximadamente duas semanas, houve mais progresso do que nos últimos 10 anos. Os profissionais estão se adaptando ao novo modelo de trabalho e descobrindo novas ferramentas e canais de comunicação. Os próximos passos serão a evolução comportamental e a criação de uma cultura de home office para que os colaboradores mantenham seus rendimentos trabalhando fora dos escritórios.
O maior receio das empresas no Brasil quanto ao home office é que seus profissionais não tenham disciplina, foco, objetividade e responsabilidade, para que a política seja difundida no mundo corporativo. Agora, a cultura de desempenho e responsabilidade terá de avançar rapidamente. Caso contrário, os resultados das empresas não serão positivos e, naturalmente, os empregos estarão em xeque.
Muitos gestores estão acostumados a lidar olho a olho com seus funcionários, têm postura centralizadora e dependem de contato direto para resolver problemas e engajar times. Agora é preciso criar um planejamento maior e manter uma política clara de alinhamentos, mesmo que por meio virtual. A gestão por indicadores de desempenho, torna-se bem-vinda para apoiar a análise de resultados e dar suporte para decisões assertivas. Estamos incorporando novos procedimentos de trabalho, que tendem a contribuir para o progresso das empresas.
Considerando que passaremos por um período em que alguns funcionários terão desempenhos melhores trabalhando remotamente e que as lideranças irão notar que é possível implantar a cultura permanentemente, vale a reflexão: precisamos de tanto espaço corporativo nas empresas? Estar preparado e investir em boa infraestrutura para que colaboradores realizem suas atividades em home office pode ser uma opção mais econômica, lucrativa e, inclusive, tende a reter talentos.
Oportunidade de evoluir como pessoa e como profissional é ainda maior em momentos de crise. Tudo depende do filtro por meio do qual enxergamos a situação. Ser empático, ter respeito e dar suporte aos que estão passando por situações mais delicadas do que a nossa é o mínimo que podemos fazer, mas sem esquecer de que uma postura otimista é essencial para passar por este momento.