Luciana Caletti diz que propósito de vida supera a questão da remuneração.
Embora a situação do mercado de trabalho não seja muito propícia, e mesmo quando as condições são favoráveis, a troca de emprego não deve ser encarada como um tabu. No entanto, ela deve ser feita sempre com um bom planejamento, a não ser que apareça uma oportunidade única que não dá para ser descartada.
Afora isso, antes de fazer qualquer movimento, é preciso montar um plano, considerando curto, médio e longo prazos. “O profissional precisa ter seus objetivos em mente, sabendo onde está e onde quer chegar. Desta forma, será muito mais simples avaliar se uma oportunidade irá ajudar a alcançar suas metas”, explica Ricardo Fazanaro, gerente de carreiras da Randstad.
Antes de procurar novas oportunidades, é importante avaliar as possibilidades que a empresa onde trabalha pode oferecer. “Como alternativa à troca de emprego, o profissional pode reivindicar uma promoção, mudar de departamento ou liderar um projeto fora da sua área”, explica Fazanaro, lembrando que negociação é a palavra-chave para o sucesso. Por isso, ele recomenda conversar com o gestor direto, para alinhar expectativas e objetivos dos dois lados. “Muitas vezes, ficamos preocupados em falar com o RH, mas é o gestor quem define o seu futuro na empresa. Se vocês estiverem muito desalinhados, procure entender quais são as possibilidades de melhoria e os caminhos para isso”, recomenda Fazanaro.
Propósito de vida
Um levantamento realizado pela Love Mondays mostra que 70% dos usuários empregados querem mudar de emprego. Destes, 29,6% citaram a vontade de encontrar um trabalho mais conectado com seu propósito de vida. “Já vínhamos percebendo que as pessoas estavam de fato buscando um propósito maior no trabalho, que estivesse conectado com seus valores pessoais. Mas foi muito interessante verificar que esse fator se sobrepõe a oportunidades de crescimento e remuneração”, comenta Luciana Caletti, cofundadora da Love Mondays.
O segundo motivo mais citado para a vontade de trocar de emprego são as poucas oportunidades de crescimento na empresa atual, seguido por uma remuneração abaixo do desejado.
Por outro lado, para 24% dos que preferem ficar onde estão, o principal motivo é a chance de crescimento na empresa. Em segundo lugar aparece a conexão do trabalho atual com seus próprios valores e propósito de vida, seguido de perto por remuneração e benefícios e um bom ambiente de trabalho.