Se inscrever em todas as vagas que aparecer, sem levar em conta a formação e experiência para a função anunciada, nem sempre é uma boa alternativa, segundo Carolina Silva.
A taxa de desocupação caiu para 11,6% no trimestre encerrado em novembro. A estimativa da PNAD Contínua, divulgada no final de dezembro pelo IBGE, é que houve aumento de 1,1 milhão de pessoas ocupadas frente ao trimestre fechado em agosto. Mesmo com esta pequena melhora, muitos desempregados acabam perdendo oportunidades por falta de foco, segundo Carolina Silva, especialista em RH da Luandre, empresa de recrutamento e seleção que teve um aumento de 42% nas contratações no ano passado, ou seja, mais de 24 mil vagas abertas no período.
A expectativa é que este panorama de geração de emprego seja cada vez maior. “O que vimos no fim de 2018 e neste comecinho de ano é que as empresas estão otimistas com o cenário econômico e pretendem ampliar as contratações. Estamos com cerca de 3.500 vagas abertas e observamos que os candidatos estão bem comprometidos. No primeiro dia útil, tivemos processos seletivos com 90% dos candidatos presentes. Ficamos surpresos, porque a taxa de desistência nestes períodos pós-festas varia de 50% a 80%”, explica Fernando Medina, diretor de consultoria de recursos humanos.
No entanto, Carolina lembra que não basta simplesmente se inscrever em todas as oportunidades que aparecem. Ela diz que é preciso otimizar o tempo e saber onde e pelo que procurar. “Antes de mais nada, é preciso ter em mente que tipo de formação, experiência e habilidades específicas o candidato possui e a que tipo de cargo elas se adequam. Cada empresa busca um tipo de profissional diferente. Às vezes, para uma é mais importante a formação e para outra, que anuncia o mesmo cargo, é preferível a experiência do candidato na função”, explica.
A especialista diz que é fundamental a pessoa prestar muita atenção à exigência que a vaga apresenta e ver se estão realmente de acordo com suas características. “Não vai adiantar ter todos os requisitos necessários para uma vaga de assistente administrativo, mas se candidatar à oportunidade de recepcionista, por exemplo”, avalia.
Com relação ao currículo, Carolina ressalta que o documento em papel tem sido cada vez menos utilizado, dando lugar ao cadastro online, pois dessa forma ele é visto por toda a equipe de recrutamento durante a triagem inicial. Além disso, no cadastro online o candidato tem acesso imediato às inscrições e ao status dos processos seletivos. Ela lembra que é fundamental atualizar sempre as informações e preencher o cadastro com calma. “Não adianta preencher com informações muito objetivas ou realizar um copia e cola. Pense que o selecionador precisa se interessar pelo que está lendo”, alerta.
Além da procura pelo novo emprego em publicações como o jornal O Amarelinho, consultorias, sites e redes sociais, uma boa alternativa para uma recolocação rápida é trabalhar o networking e fazer com que ex-colegas, família e amigos saibam da sua busca. “É possível que um conhecido da mesma área saiba de alguma oportunidade que a empresa não tornou pública e possa fazer a indicação”, finaliza Carolina.