A crise ainda tem reflexos no dia a dia das pessoas, sendo o alto índice de desemprego o que mais incomoda o consumidor. Dados apurados pelo Indicador de Confiança do Consumidor da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que 29% dos trabalhadores têm receio alto ou médio de ser dispensado.
Segundo o levantamento, 45% dos entrevistados declararam ter ao menos uma pessoa desempregada em sua residência, sendo que em 17% dos casos há duas ou mais pessoas nessa situação. Com relação ao futuro, 38% acreditam que, nos próximos seis meses, as oportunidades no mercado de trabalho estarão no mesmo nível que atualmente, enquanto 33% confiam que haverá mais ofertas de vagas. Outros 14% estão mais pessimistas nesse sentido.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o emprego é um dos fatores que mais afetam a confiança do consumidor. “É a perspectiva de estar empregado e de que sua renda vai crescer ou se manter no mesmo nível que estimula o consumidor a comprar com segurança, inclusive nas aquisições de alto valor, que geralmente são feitas a crédito. Enquanto o mercado de trabalho não mostrar sinais mais vigorosos de recuperação, a confiança do consumidor seguirá retraída, pois ele sabe que ter um controle sobre seu bolso e fazer adaptações podem ajudar a enfrentar um ambiente adverso”, analisa ela.