Mesmo com avanços recentes na geração de empregos, o desemprego entre os jovens ainda preocupa. Segundo uma pesquisa do FGV Ibre, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), brasileiros entre 18 e 29 anos continuam enfrentando mais dificuldades para entrar e se manter no mercado de trabalho. A taxa de desocupação nesse grupo (10,1%) segue sendo mais que o dobro da registrada entre adultos com idade entre 30 e 59 anos (4,5%).
Baixa experiência e informalidade ampliam desvantagens
A principal barreira para o jovem é o acesso ao emprego formal. Sem qualificação técnica nem histórico profissional, ele acaba optando por ocupações informais, com menor estabilidade e baixa renda. Essa realidade compromete a trajetória futura, já que, quanto mais tempo se permanece na informalidade, menores são as chances de transição para uma posição com carteira assinada. O desemprego entre os jovens também se relaciona diretamente com a subocupação, que reduz a carga horária e afeta a renda mensal.
Jovens estão concentrados em funções essenciais da economia
A pesquisa também mapeou as ocupações com maior presença de jovens entre 18 e 29 anos. Estão entre elas cargos como vendedores de lojas, escriturários, recepcionistas, balconistas, caixas, motoboys, trabalhadores da construção, auxiliares de limpeza, cabeleireiros e mecânicos. Além disso, há grande presença em funções como cuidadores de crianças, pedreiros, repositores e comerciantes. Essas posições têm forte impacto na economia e são importantes para o funcionamento de diversos setores.
Comportamento da nova geração influencia as dinâmicas do trabalho
Especialistas apontam ainda uma mudança nas expectativas profissionais. Muitos jovens valorizam modelos de trabalho mais flexíveis e alinhados aos seus valores pessoais. Entre janeiro e fevereiro deste ano, quase metade dos pedidos de desligamento voluntário partiu de pessoas nessa faixa etária. Dessa forma, o desemprego entre os jovens também se relaciona a uma transição de mentalidade, que ainda exige adaptação por parte de empresas e profissionais.
Qualificação é chave para enfrentar o desemprego entre jovens
Para melhorar esse quadro, a qualificação técnica e o desenvolvimento de habilidades comportamentais são estratégias fundamentais. Existem programas públicos e privados voltados à formação, mas é necessário aproximar a oferta de cursos das demandas do mercado. Investir em capacitação é essencial para diminuir o desemprego entre os jovens e prepará-los para as exigências atuais e futuras do mundo do trabalho.
Em um país que envelhece rapidamente, o desemprego entre os jovens reduz a inovação e afeta a produtividade. Portanto, somente com políticas eficazes será possível reduzir o desemprego entre eles e ampliar as oportunidades no mercado de trabalho.