Empresário mantinha trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravo.
Oito trabalhadores, dois deles adolescentes, que estavam sendo submetidos à condição de trabalho escravo foram resgatados pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) em Medicilândia, no interior do Pará, em operação finalizada no dia 25 de janeiro. A ação envolveu uma propriedade localizada às margens do Rio Jarauçu, onde são criados gados para corte.
Os auditores-fiscais do Trabalho conduziram o empregador à Delegacia da Polícia Federal em Altamira (PA), em razão do flagrante de trabalho escravo e posse ilegal de armas de fogo, utilizadas para ameaçar os trabalhadores. Além disso, o fazendeiro recebeu voz de prisão também pelo crime de corrupção ativa, porque tentou subornar os servidores. Diante dos fatos, a Justiça Federal decretou a prisão preventiva do empregador.
A equipe de fiscalização constatou ainda que o pagamento de salários não era realizado, o que caracterizou servidão por dívida. “Os trabalhadores eram obrigados a adquirir alimentos e itens básicos de subsistência no estabelecimento comercial do empregador, sem que houvesse ciência e controle dos preços praticados, muito superiores aos da própria região, permanecendo em constante endividamento”, explica o coordenador da ação, o auditor-fiscal do Trabalho, Magno Riga. Ele diz que foi considerado determinante o isolamento em que se encontravam os trabalhadores, uma vez que a localidade ficava a quatro dias da zona urbana mais próxima, a cidade de Porto de Moz.