Marketing e RH devem atuar em conjunto

4 de outubro de 2018

Escrito por: Redação O Amarelinho

RH tem como foco os colaboradores, e o marketing precisa atrair e reter clientes.

Há quem diga que recursos humanos não têm nada a ver com marketing. Por outro lado, existem profissionais que acreditam que as duas áreas têm muito em comum. Discordância à parte, todos são unânimes em afirmar que os dois departamentos devem, cada vez mais, trabalhar em conjunto para o bem da empresa. Assim, as reuniões estratégicas de marketing precisam contar com a presença da equipe de RH e as de definição de treinamento dos funcionários exigem representantes do marketing.

Quem defende a tese de que as duas áreas não têm nada em comum é o professor Marcelo Chiavone Pontes, líder da área de marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Para ele, tais áreas são interdependentes, mas podem e devem se relacionar, pois se engana quem acha que o marketing pode fazer a empresa andar por si só.

Embora não compartilhe da premissa de Pontes – para ela, RH e marketing têm tudo a ver -, a coach Mariana Cottini também defende uma maior ação conjunta das duas áreas. “O RH tem como foco os colaboradores, e o marketing precisa atrair e reter clientes, ou seja, ambos desenvolvem um trabalho voltado ao ser humano”.

Para Mariana, cada vez mais é preciso que toda a corporação consiga entender o cliente, que se tornou uma figura muito importante em virtude da concorrência. “Como o RH tem contato com pessoas e cuida delas dentro da empresa, ele tem de estar cada vez mais ligado ao conhecimento de tudo que o marketing sabe e tem de informação. Quanto mais os colaboradores tiverem foco no cliente, melhor entenderão o negócio da empresa e poderão tornar o produto ou serviço mais bem-acabado”.

Com isso, o RH vem adquirindo uma função mais de gestão estratégica de pessoas e da companhia. Então, sua missão é fazer com que os colaboradores passem a aderir às estratégias da empresa. Segundo ela, o RH veio de uma Diretoria muito mais operacional que estratégica, mas já começou a participar de reuniões de estratégia e passou a ser peça-chave para ajudar e contribuir de forma mais eficaz. Deixou de fazer apenas recrutamento e seleção e passou olhar mais para a estratégia e de como atingir metas.

Mudança de foco

Para Cottini, o RH está mudando, entrando nas discussões, sendo ouvido e, portanto, está em outro patamar, muito mais forte. “Todo mundo percebeu que gente é mais importante que sistemas e processos. Se o funcionário não estiver motivado, não respirar os propósitos da empresa, se não entender a missão, compartilhar os valores, não vai se doar e entregar o maior potencial que tem, e a empresa, consequentemente, não terá o que precisa e almeja”.

Para isso, o endomarketing se torna fundamental, principalmente em grandes corporações. Ele serve para que a empresa fale com seus colaboradores internos sobre a imagem que quer transmitir ao mercado. Afinal, os funcionários são os primeiros consumidores a serem atingidos por uma campanha ou qualquer ação que a empresa faça no mercado, seja um posicionamento da marca ou alinhamento de produtos. Então, neste aspecto é importante que as duas áreas trabalhem em conjunto para engajar os funcionários. “É claro que para se atingir este objetivo é preciso que haja uma recompensa por meritocracia, não só financeira, mas outros componentes também devem ser considerados”, afirma a coach.

Vários públicos

Pontes concorda que o departamento de marketing não pode trabalhar só para o consumidor final. Deve atender a vários públicos, desde o fornecedor, ao distribuidor e a imprensa. Por isso, ele acredita que deva haver uma relação de troca com o RH. “O maior desafio do RH é a atração e a retenção de talentos. O desafio do marketing é a retenção de clientes. E isso só é possível com o trabalho conjunto dessas duas áreas”, acredita.

Outro trabalho do marketing é fazer com que o nome da empresa seja conhecido pelo público em geral. “A empresa tem que se mostrar, estar na mídia como uma corporação séria e de destaque em sua área de atuação. Imagine constar da lista das cem melhores para se trabalhar. Isso faz com que os melhores profissionais se interessem em entrar nela”.

O professor cita como exemplo grandes empresas que necessitam de profissionais formados em universidades. “Elas não devem apenas participar de feiras e eventos, montando estandes. Precisam atuar dentro das melhores universidades e dar visibilidade para sua marca, tudo dentro da ética”.

Para ele, a filosofia de apenas vender produtos está mudando. É preciso dar algo mais para o cliente. Por isso, está se investindo no capital humano para que todos trabalhem em equipe. “A personificação dentro das empresas está acabando. Veja o Steve Jobs. Todos se perguntavam o que seria da Apple sem ele. Pelo menos até agora, ela está se desenvolvendo bem, o que significa que havia uma equipe por trás dele. A aproximação do RH com o marketing é fundamental, pois implica em ganha-ganha para a empresa como um todo”, finaliza.

Compartilhe esta notícia nas redes sociais

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Você também vai gostar...

Publicidade ba
Mais conteúdos sobre ,

Outros conteúdos que você pode gostar