Dinheiro da rescisão precisa ser tratado com muito carinho

13 de novembro de 2018

Escrito por: Redação O Amarelinho

Em tempo de crise econômica e demora para conseguir uma recolocação, a ordem é procurar economizar o máximo possível.

Fruto do trabalho de anos, o dinheiro da rescisão deve ser objeto de muito cuidado. Dependendo do tempo de casa, o valor recebido pode provocar cócegas na mão, mas o trabalhador deve ter consciência de que um dia ele acaba, principalmente nesta época, quando uma recolocação pode demorar.

A primeira medida é fazer uma análise da situação financeira. Isto inclui fazer um levantamento das despesas mensais da família, separando os custos fixos e as dívidas e computar a entrada da renda de outros membros e do seguro-desemprego. E contar com a compreensão e apoio familiar, já que todos em casa precisam colaborar para enfrentar o novo desafio.

Diógenes Donizete, coordenador do Núcleo de Tratamento do Superendividamento do Procon São Paulo, diz que é recomendável criar uma planilha para anotar todas as entradas e todos gastos. E isto vale não só para o desempregado, mas para também para quem continua trabalhando. “Por meio dela, é possível enxergar para onde está indo o dinheiro e quanto está se gastando”, completa.

Coordenador do Núcleo de Tratamento do Superendividamento do Procon São Paulo, Diógenes Donizete (Foto: Kazuhiro Kurita)

Para o coordenador, a rescisão deve funcionar como uma garantia de sustento até a recolocação no mercado. Enquanto isso, o desempregado deve cortar tudo que for supérfluo, as despesas desnecessárias.

Segundo Donizete, mesmo nas despesas absolutamente necessárias, o ideal é economizar, gastar menos água e luz e não desperdiçar comida. “É fazer com que o dinheiro renda o mais tempo possível. Afinal, o desempregado tem de reorganizar o orçamento familiar adotando outro estilo de vida enquanto se adequa à nova realidade”, alerta.

Para quem estava acostumado ao conforto do carro, passar a andar de transporte coletivo para se deslocar é outra medida que pode ajudar a economizar. “Assim, não vai gastar combustível e estacionamento, além de não correr o risco de tomar uma multa ou se envolver em acidente. São despesas que não estão previstas, mas podem acontecer. O ideal é não dar chance para o azar e quanto mais rápido o trabalhador tomar estas atitudes, melhor. Não se deve ficar adiando com a esperança de uma recolocação rápida”, afirma o coordenador do Procon.

De acordo com o educador financeiro Henrique Xavier, tomadas as medidas sugeridas por Donizete, é hora de pensar o que fazer com o dinheiro. Conhecendo o valor das despesas, é necessário fazer uma reserva de emergência para ser sacada a cada mês até que se consiga outra fonte de renda. O recomendado é que ela cubra o mínimo de 12 meses, que é a média de tempo que um trabalhador está levando para conseguir uma recolocação em São Paulo. Xavier diz que é melhor pagar as prestações de imóvel ou carro como já estavam previstas.

Henrique Xavier, educador financeiro (Foto: Kazuhiro Kurita)

O educador financeiro lembra que Fundo DI e Tesouro Selic possuem alta liquidez e podem ser resgatados em um dia em geral. “Para investir com segurança, de modo conservador, o Tesouro IPCA é uma ótima opção. Aqui vai uma dica de ouro. Quanto menor for o valor do capital, maior a vantagem do tesouro direto em relação a planos de previdência”, diz Xavier.

Seguido todos os conselhos dos especialistas, agora é hora de pensar em se divertir, afinal ninguém é de ferro, mas sem fugir à nova realidade. Para isso, é necessário descobrir novas opções de lazer usando a criatividade, como ir ao parque com a família, pesquisar eventos culturais como museus e exposições ou até mesmo comparecer a shows e peças de teatro de graça.

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