No entanto, mercado de trabalho está longe de recuperar a perda de 14,5 milhões de postos no período após 2014
Com a geração de aproximadamente 480 mil postos de trabalhos, totalizando 33,1 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o emprego formal voltou a crescer no trimestre encerrado em abril. O aumento foi de 1,5% em relação ao mesmo período de 2018, segundo os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 31 de maio.
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a alta se deu principalmente entre as mulheres e em São Paulo. Além disso, parte expressiva da recuperação de postos de trabalho formal veio dos segmentos de Educação e Saúde, de trabalhadores de baixa escolaridade na Mineração, Transporte e Construção, englobando ainda os profissionais liberais. Para ele, o aumento reflete o início de um quadro favorável, pois é a primeira vez que a categoria Carteira de Trabalho respira desde o início da crise, em 2014. No entanto, o mercado de trabalho está longe de recuperar a perda de 14,5 milhões neste período.
Por outro lado, a taxa de desocupação voltou a subir de 12% para 12,5% na passagem do trimestre fechado em janeiro para o de abril, com mais 550 mil pessoas desempregadas. Para Azeredo, o aumento é uma sobra das demissões dos trabalhadores contratados no final do ano passado e dispensados no início deste ano. Ele diz que, na comparação, a PNAD Contínua registra aumento de 270 mil empregos com carteira assinada, representando estabilidade com tendência de alta. O mercado também piora se considerada a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial), que atingiu 24,9%, representando 28,4 milhões de pessoas subutilizadas.