O número de ocupados no mercado de trabalho passou para 91,2 milhões do primeiro para o segundo trimestre do ano, com aumento de 600 mil trabalhadores, segundo o boletim Emprego em Pauta, do Dieese. Por outro lado, como a rotatividade continua alta, 8,8 milhões perderam o emprego ou saíram da força de trabalho enquanto 9,4 milhões de inativos ou desocupados conseguiram uma vaga, a maioria (6,9 milhões) na informalidade. Destes, 1,6 milhão conseguiu empregos com carteira assinada, 2,1 milhões foram incorporados sem registro ao setor privado e 3,3 milhões estão se virando por conta própria. Uma em cada cinco mulheres foi contratada como doméstica, a maior parte sem carteira assinada.
Dos ocupados por conta própria, destacam-se vendedores em domicílio, agricultores e pedreiros. Também aumentou a participação em ocupações que geralmente crescem em períodos de crise, como motoristas de automóveis e vendedores ambulantes.
O rendimento médio do conjunto dos novos ocupados é menos que a metade dos que estavam no mercado de trabalho, que equivale a R$ 2.128,00, e sua jornada de trabalho é inferior a 40 horas semanais, embora grande parte gostaria de trabalhar mais. Os jovens, em algumas situações, chegam a ganhar apenas 65% do salário de quem tem 60 anos ou mais.
A conclusão do Dieese é que a maioria dos novos ocupados, entre eles um grande grupo de jovens, ingressou em trabalhos precários, com maior informalidade, menor cobertura previdenciária, ocupações típicas de uma economia com baixo dinamismo e rendimentos inferiores à metade do mercado em geral. Mais que o estreitamento das oportunidades, o movimento mostra a falta de fôlego da economia no curto prazo e alternativas mais estruturadas de trabalho, conclui o relatório.