Isabelle Christina quer possibilitar desenvolvimento acadêmico, profissional e cultural para este perfil de público.
Jovem, negra, 17 anos, moradora da periferia. Esta é Isabelle Christina dos Santos Silva, uma garota que tem feito a diferença em um mundo onde a maioria das pessoas com esse perfil tem poucas oportunidades para se desenvolver nos campos do estudo e trabalho.
E é para atender a este público que ela, ainda com 14 anos, criou com a mãe Regiane Santos o projeto Meninas Negras (@projetomeninasnegras), apoiado em três pilares de desenvolvimento: acadêmico, profissional e cultural.
Para alcançar os resultados, Isabelle tem conseguido que empresas abram portas, especialmente as que têm a inovação e tecnologia em seu DNA e lidam bem com a diversidade. “Este perfil de organização se mostrou mais aberta ao projeto. Por isso, nossas ações acabam tendo um forte viés tecnológico, que tem transformado o mundo do trabalho”, destaca.
Para entender a iniciativa de Isabelle, entretanto, é preciso conhecer um pouco mais de sua história de vida. Com apoio da mãe, ela foi preparada para ter um futuro brilhante. Começou a ser alfabetizada aos dois anos de idade. O potencial desenvolvido ao longo da vida permitiu que estudasse como bolsista em escolas particulares desde a quarta-série do ensino fundamental. Em uma dessas instituições, participou de um intercâmbio nos Estados Unidos, aos 13 anos de idade. “Nesses ambientes, porém, observava que era a única menina negra e voltei com a ideia fixa de que precisava fazer algo que transformasse a vida de jovens negras, entre 12 e 24 anos, que moram na periferia, mas que, infelizmente, não tiveram as mesmas oportunidades que eu”, declara.
Desafio
Assim, surgiu o projeto, uma iniciativa que tem impactado a vida de jovens e desafiado as estatísticas de um mercado que as priva de muitas oportunidades por questões raciais e econômicas.
Isabelle diz que foi criada para sonhar grande e, apesar de manter o foco preferencialmente em meninas negras, ela quer avançar ainda mais com o projeto e trabalha para a criação de uma ONG que possa gerar aporte financeiro para ampliar o atendimento. Hoje, temos 35 participantes, mas há outras duas mil pessoas querendo fazer parte da iniciativa. “Quero criar uma ponte entre a periferia e o mundo corporativo”, afirma Isabelle que, paralelamente, coordena um trabalho para desenvolver talentos negros em uma empresa gigante da área da Tecnologia. Mais um sinal de que, para ela, verdadeiramente o céu parece ser o limite.