Mercado para mulheres como motorista de aplicativo deve crescer até 2029

26 de agosto de 2025

Escrito por: Redação O Amarelinho

Entre 280 mil e 390 mil mulheres devem ingressar no setor de Transporte por Aplicativo no Brasil até 2029, conforme estudo desenvolvido pela Oxford Economics. O anúncio coincide com a decisão de aplicativos de transporte lançarem corridas exclusivas para mulheres nos Estados Unidos. Portanto, sinaliza uma tendência global de inclusão feminina no setor.

A projeção abrange as cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, apontando para um crescimento de 3,5% a 4,9% na participação feminina da força de trabalho neste segmento. O levantamento também revela preferências femininas em relação ao serviço. No caso, 73% das mulheres priorizam aspectos de segurança ao utilizar serviços de transporte por aplicativo, percentual superior aos 63% registrados entre os homens. 

Os dados do estudo indicam não apenas uma mudança no perfil dos condutores, mas também um impacto econômico estimado entre 1,5% e 2,1% no crescimento das economias dessas cidades. Para motoristas que buscam carro para Uber em São Paulo ou demais centros urbanos, esse aumento pode representar novas oportunidades.

Crescimento de 15% na habilitação feminina

O Registro Nacional de Carteira de Habilitação documenta uma tendência ascendente na participação das mulheres no trânsito brasileiro. Entre 2018 e 2022, houve aumento de 15% no número de condutoras habilitadas no país. Esta é uma tendência que se reflete na busca por carro para aplicativo em Porto Alegre e demais capitais, conforme registros do sistema nacional.

No Brasil, embora não existam estatísticas oficiais sobre a participação feminina no setor, a perspectiva de crescimento projetada pelo estudo da Oxford Economics sugere transformação nessa composição nos próximos anos.

Principais critérios das mulheres na escolha do transporte

A questão da segurança transcende a escolha do modal de transporte e influencia diretamente as decisões profissionais das mulheres. Segundo o estudo da Oxford Economics, 65% das brasileiras entrevistadas enfatizam a eficiência como fator essencial, enquanto 72% valorizam o atendimento ao cliente oferecido pelas plataformas, incluindo assistência 24 horas.

Os dados sobre deslocamento também chamam atenção. Quase nove em cada dez mulheres que trabalham e utilizam frequentemente aplicativos de transporte levam mais de 30 minutos para chegar ao trabalho. Dessas, 37% enfrentam trajetos superiores a uma hora. 

A implementação de novas funcionalidades pelas plataformas demonstra o reconhecimento dessa demanda específica. Em Portugal, uma das principais empresas do setor lançou o serviço Women Drivers, permitindo que passageiras escolham o gênero do condutor. O empresário Francisco Vilaça, representante da empresa, explicou que a iniciativa busca “tornar o setor mais inclusivo, representativo da população e atrativo para mulheres”.

Mulheres registram menos acidentes e infrações no trânsito

Dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo revelam que, em 2022, dos 3.361 condutores que vieram a óbito em decorrência de acidentes de trânsito, 92,7% eram homens, enquanto apenas 7,3% eram mulheres. O instrutor de trânsito do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco, Eduardo Alves, confirma que “a quantidade de infrações de trânsito cometidas por mulheres é menor”, acrescentando que “entre os que dirigem sob a influência de álcool, o número de mulheres também é menor”.

Essa cautela se reflete nos custos operacionais. Um levantamento de entidades ligadas à Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostra diferenças na precificação de seguros automotivos. Para o Chevrolet Onix Sedan Plus, o preço médio do seguro no perfil masculino alcança R$ 4.677,51, enquanto para mulheres o valor cai para R$ 2.238,59, segundo dados da AEM Corretora de Seguros.

Plataformas investem para atrair motoristas mulheres

Mais mulheres no mercado de aplicativos de transporte é um fenômeno que também toca em questões econômicas e sociais. O estudo identificou que mulheres brasileiras demonstram menor flexibilidade para encontrar alternativas de transporte ao trabalho, quando comparadas aos homens: apenas 32% delas afirmaram que encontrariam outras formas de deslocamento caso os aplicativos não estivessem disponíveis, contra 49% dos homens.

A dependência desse modal específico revela tanto uma vulnerabilidade quanto uma oportunidade. Por um lado, evidencia a necessidade de políticas que garantam a sustentabilidade e acessibilidade dos serviços. Por outro, demonstra um nicho de mercado com demanda consolidada e potencial de expansão.

As plataformas de transporte têm reconhecido essa realidade e investido em recursos para o público feminino. Além das funcionalidades de segurança, há empresas que implementaram programas de incentivo à participação de mulheres como condutoras, oferecendo treinamentos e condições diferenciadas de adesão.

Compartilhe esta notícia nas redes sociais

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Você também vai gostar...

Publicidade ba
Mais conteúdos sobre

Outros conteúdos que você pode gostar