Pensar em sair do emprego é mais comum do que parece. O desejo de mudança pode nascer de frustrações no trabalho, da busca por propósito ou de novos desafios. Contudo, especialistas alertam que decisões precipitadas costumam trazer arrependimento.
Método antes da pressa
De acordo com Virgilio Marques dos Santos, gestor de carreiras e sócio da FM2S Educação e Consultoria, “grande parte das escolhas ruins nasce da pressa”. Para ele, parar e analisar o contexto antes de decidir se vale sair do emprego é essencial. Sem esse cuidado, a mudança pode se tornar apenas fuga, não solução.
O cenário atual também influencia. O Brasil vive um ciclo de alta no número de pessoas ocupadas e maior exigência das empresas. Portanto, quem deseja mudar precisa avaliar se suas competências atendem às expectativas do mundo corporativo e alinhar expectativas em relação ao que a organização espera do candidato.
Ficar pode ser estratégico
Decidir permanecer não significa ficar acomodado. Pelo contrário, pode representar uma etapa para acumular experiência, fortalecer contatos ou obter certificações. Dessa forma, mesmo sem trocar de área, o trabalhador se prepara para voos maiores. “Às vezes, adiar a saída é estratégico. A permanência pode ser um investimento no futuro profissional”, explica Santos.
Planejamento para sair do emprego
Já a decisão de realmente sair do emprego exige preparo financeiro e emocional. O especialista recomenda organizar reservas de três a seis meses antes da transição. Também é importante comparar fatores como aprendizado, remuneração, flexibilidade e liderança. Logo, a saída deixa de ser um salto no escuro e passa a ser um movimento estruturado.
Mudar de área com consciência
Para quem deseja mudar de setor, o risco é maior, se não houver estratégia. Segundo Santos, o mercado não está saturado, mas sofre com excesso de profissionais genéricos. Sendo assim, conectar experiências passadas à nova área e investir em cursos pode fazer a diferença. A mudança, quando bem planejada, transforma a carreira.
No fim, a dúvida entre permanecer, mudar ou sair do emprego não deve ser resolvida apenas pela coragem. É a clareza que garante escolhas mais sólidas. Afinal, analisar dados, reconhecer limitações e traçar metas realistas permite caminhar com firmeza, sem ceder a impulsos passageiros.
