Em apenas um ano, o Brasil ganhou 838 mil novos desalentados. São classificados assim os profissionais que desistiram de procurar um emprego. A população desalentada alcançou o patamar recorde de 4,8 milhões de pessoas no País.
O dado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A probabilidade de uma pessoa desistir de procurar emprego está muito relacionada ao tempo que ela ficou procurando emprego. E algumas nem para a fila do desemprego vão”, lembrou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Azeredo lembra que notícias sobre o desemprego e casos de familiares desempregados influenciam a percepção das pessoas sobre a dificuldade de encontrar um trabalho.
“Meu irmão e eu perdemos o emprego no mesmo mês. Às vezes, não vemos a solução para o problema. Realmente, dá vontade de desistir, mas temos que ter fé que a situação vai melhorar”, afirma Carla Brito, que não pretende desistir de voltar a trabalhar como auxiliar de serviços gerais.