A queda é resultado do aumento do nível de ocupação, mas, por outro lado, da saída das mulheres do mercado de trabalho.
A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de São Paulo apontou também que o rendimento médio das mulheres se retraiu, passando a equivaler 86% da remuneração dos homens. Isto apesar da participação feminina nas chefias das famílias ter crescido, atingindo 33,1%. O levantamento foi divulgado no início de março pela Fundação Seade, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
No ano passado, mais mulheres que homens saíram do mercado de trabalho, principalmente na faixa de 25 a 59 anos. Parte da explicação para este fato está na espera por uma melhora mais consistente da economia para a procura por uma vaga de emprego. O adiamento da entrada das jovens de 16 a 24 anos também vem sendo considerado como um dos principais fatores de desaceleração do ritmo de participação feminina no trabalho.
O pequeno aumento no nível ocupacional das mulheres entre 2017 e 2018 se deveu ao comportamento positivo na Indústria, no Comércio e, com menor intensidade, nos Serviços, onde a elevação dos trabalhos domésticos compensou o recuo em outros segmentos do setor. Além de empregadas domésticas (diaristas e mensalistas), também houve crescimento entre as trabalhadoras autônomas e as assalariadas com carteira assinada. De acordo com as características pessoais, destacam-se o aumento das mulheres ocupadas de 25 a 39 anos, com ensino médio e superior completo.
O arranjo familiar é um item importante a ser considerado nas análises do mercado de trabalho, pois são as mulheres que se dedicam mais aos cuidados da casa, dos filhos e parentes, conciliando-os com o trabalho remunerado. Isso explica, em grande parte, jornadas menores ou a proporção relativamente baixa no emprego formal.