Especialistas, como Guilherme Maynard, dão dicas para a elaboração adequada do currículo e de como se portar em entrevistas e dinâmicas de grupo.
Você está contratado! Esta é a frase que mais de 12 milhões de brasileiros, fora do mercado de trabalho, desejariam ouvir neste momento.
Porém, é preciso entender que o sucesso em um processo seletivo passa, necessariamente, por algumas etapas e elas devem ser muito bem planejadas para se alcançar o êxito futuro.
A começar pelo currículo. Ele é o cartão de visitas do candidato e deve ser apresentado de forma adequada, a fim de despertar o interesse do recrutador.
Por isso, algumas dicas são importantes para a elaboração do documento. Segundo Guilherme Maynard, diretor da Prepara Cursos, o currículo ideal deve ser feito de maneira bem objetiva, com dados pessoais, objetivo, experiência profissional, formação, cursos complementares e atividades que contribuíram para o desenvolvimento de um projeto, atingimento de metas. “Mas deve constar somente as informações relevantes para a vaga a qual está se candidatando. O ideal é que tenha no máximo duas folhas, para que o recrutador não perca a atenção.”
É preciso sempre ressaltar o caráter de seriedade em um currículo. Então, evite, nos dados pessoais, colocar apelidos ou expressões inadequadas. Na sequência, o objetivo deve estar claro. “Se estou me candidatando para uma vaga de auxiliar administrativo, é isso que precisa estar no objetivo. A expressão à disposição da empresa traz uma conotação de desespero, de que qualquer coisa serve”, diz Maynard.
Em relação aos cursos e experiências profissionais, devem ser destacados sempre os mais recentes. E, para Maynard, vale a pena reservar algumas linhas para mostrar qual é o propósito de carreira do candidato, ressaltando conhecimentos, especialidades, áreas de interesse e habilidades comportamentais. “Assim, eu estou desafiando a empresa a me testar.”
Sem experiência
Mas e se o candidato ainda não tem a experiência desejada pelas empresas, exatamente por estar em busca de um primeiro emprego? Para o consultor em administração e especialista em governança corporativa Marcelo Camorim, esse tópico, no caso dos jovens, deve dar lugar a outras características que chamem a atenção do recrutador, como formação acadêmica, intercâmbio, trabalho voluntário e, principalmente, a busca por capacitação.
Caso de Pedro Henrique Cavalcanti Fernandes, 18 anos. Ele foi um dos participantes, no dia 28 de agosto, do Projeto Capacita, desenvolvido pelo jornal O Amarelinho para qualificar melhor seus leitores na disputa por uma vaga no mercado de trabalho. “O aprendizado traz confiança”, diz ele, que já realizou alguns trabalhos informais na área de Eventos, mas busca agora uma oportunidade com carteira assinada.
Entrevista
O currículo tem o papel de valorizar o candidato e permitir que ele seja chamado para uma conversa com o recrutador. “Mas será que você está realmente pronto para a sua entrevista de emprego”, provoca Camorim.
O primeiro passo, segundo o consultor, é pesquisar sobre a empresa, saber o que ela vende, entender a sua visão, missão e valores. “É preciso que o candidato mostre interesse pela organização onde pretende trabalhar, ”, declara.
Camorim ressalta o momento crucial que é uma entrevista, pois é nesta etapa que o contratante consegue confirmar as informações previamente descritas no currículo, extrair outras que julgue importantes para o desempenho do profissional e identificar se as características comportamentais do candidato estão alinhadas à organização. “Hoje, as empresas buscam profissionais leais, compromissados e com vontade de aprender”, diz.
De acordo com o consultor, é normal que quem disputa uma vaga se mostre ansioso nesta fase do processo seletivo. Mas algumas atitudes podem ajudar nessas situações. Primeiro ponto: a vestimenta deve estar adequada à função a ser desempenhada e a postura corporal deve ser ereta, sem apresentar sinais de desleixo.
Quando questionado, o candidato deve responder pausadamente, com firmeza, e os olhos devem estar focados no recrutador. E o pensamento positivo é fundamental. “Acredite no momento e faça o seu melhor. Isso ajuda a trazer mais segurança nessa ocasião de grande ansiedade. ”, reforça.
Letícia da Silva Rodrigues, 27 anos, sabe da importância de ter este olhar positivo. Ela trabalhou por cinco anos em uma loja de shopping, mas pretende fazer a transição para sua área de formação, que é a Gestão Comercial. E mesmo há 16 meses disponível no mercado, ela não desanima. “Eu coloco o otimismo em primeiro lugar, visto um belo sorriso e continuo correndo atrás dos meus sonhos.”