Anúncio atraiu mais de 2.000 candidatos para vagas de uma empresa localizada no Jaguaré.
Um anúncio publicado na edição de 24 a 30 de novembro de 2019 pelo jornal O Amarelinho, a pedido da Loga – Logística Ambiental de São Paulo, resultou na formação de imensas filas, durante os três dias de processo seletivo realizados pela empresa, localizada no bairro do Jaguaré.
As vagas contemplavam as funções de coletor de resíduos, motorista de coleta, motorista carreteiro, eletricista de carreta e mecânico hidráulico. Para 30 oportunidades disponíveis, foram entregues 963 senhas, porém foram muitos os candidatos que precisaram ser orientados a apenas deixar o currículo ou enviá-lo por e-mail, exatamente por não conseguirem a obtenção de uma das senhas.
Esta grande presença de candidatos mostra a força do Amarelinho, que continua sendo o maior jornal de empregos para vagas operacionais do Brasil, cumprindo a missão de aproximar empregadores e empregados. Aos anunciantes, entregamos a certeza do retorno para as vagas publicadas e, ao trabalhador, a oportunidade de concorrer a uma vaga diretamente na empresa, sem intermediários.
Esperança
E é este trabalho realizado semanalmente que traz esperança a profissionais, como José Aldo Jesus Santos, 41 anos. Na quarta-feira, 27 de novembro, às 3h, ele já estava em frente à empresa, com currículo em mãos, para participar do processo seletivo para coletor de resíduos.
Chegar de madrugada ao local não foi por acaso. “Eu queria garantir uma senha”, diz este baiano da cidade de Tucano, que chegou em São Paulo no ano de 2015 em busca de novos horizontes. Morador do Rio Pequeno, vive com a esposa, paga aluguel, mas sonha com a `casinha´ própria. “Conseguir um emprego seria fundamental para isso”, diz.
Esperança também foi a palavra utilizada por Everaldo Pereira Marques da Hora, 36 anos, o último a receber a senha no terceiro dia de processo seletivo. Ele busca uma vaga como motorista de caminhão, experiência que chegou a exercer em Rondônia, onde levava pessoas de zonas rurais para a cidade. Morador do Jardim Arpoador, ele está desempregado há seis meses e quer dar uma melhor qualidade de vida para a esposa e para o filho de quatro anos de idade.
Já Stefhanie Brito dos Santos, 31 anos, chegou por volta de 8h30 e já não havia mais senhas para atendimento. Uma frustração para ela, que já está há bastante tempo fora do mercado e, nos últimos cinco anos, tem sobrevivido de `bicos´, situação que sonha em resolver a partir da conquista de um trabalho formal. “A maioria das empresas alega falta de qualificação”, diz ela, que concluiu o ensino médio e busca recursos para investir em um curso de Cuidador de Idosos.
Eduardo Pereira da Silva Neves, 38 anos, também estava atrás de uma vaga para motorista. Morador do Butantã, apesar de já atuar na área, ele viu a oportunidade de trabalhar mais próximo a sua casa como um benefício. “Vai permitir ficar mais tempo com a minha família”, diz ele, que é casado e tem um filho com 11 anos de idade.
As longas filas formadas por trabalhadores que buscam uma oportunidade de trabalho se justificam pelas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elas mostram que falta trabalho para 27,1 milhões de pessoas no País, que compõem a população subutilizada no mercado de trabalho, incluindo neste contingente os desocupados, os subocupados (profissionais que poderiam trabalhar por mais horas) e aqueles que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.