Menos de 5% das pessoas com deficiência estão inseridas no mercado de trabalho.

30 de julho de 2019

Escrito por: Claudinei Nascimento
Cerca de 330 mil PcDs estão no mercado formal, em um universo de 7,7 milhões de profissionais aptos a trabalhar.
 
No último dia 24, a Lei de Cotas, que obriga empresas a partir de 100 funcionários a contratar pessoas com deficiência, completou 28 anos. Porém, de acordo com Victor Martinez, pedagogo e orientador do Serviço de Inclusão Profissional da APAE de São Paulo, a partir da promulgação da lei, em 1991, as empresas tiveram um tempo para se adaptar e a fiscalização se intensificou mesmo uma década depois. A partir daí, o número de contratações deu um salto. “Em 2001, tínhamos 601 pessoas com deficiência trabalhando no Estado de SP. Hoje, são cerca de 130 mil”, diz. 
Mas há muito a avançar nesta questão. Dados do Instituto Ethos apontam para 7,7 milhões de pessoas com deficiência em idade e condições de serem inseridas no Brasil. No entanto, aproximadamente 330 mil estão empregadas, ou seja, menos de 5% de toda esta força de trabalho.
Para avançar neste cenário, é imprescindível qualificar os PcDs. É aí que ganha importância instituições como a própria APAE, que dá assistência a pessoas com deficiência intelectual e transtorno de espectro autista, por meio de cursos em áreas como Administração, Cozinha e Logística. “Queremos que a inclusão seja produtiva e a pessoa com deficiência exerça protagonismo em seu trabalho”, declara Martinez.
A capacitação é também uma das premissas da Fundação Dorina Nowill para Cegos, que oferece cursos de Informática para o Mundo do Trabalho, Atendimento ao Cliente, Massoterapia e Empreendedorismo, voltados para quem tem baixa visão ou totalmente cegos. As inscrições podem ser realizadas pelo telefone 5087-0998 ou 5087-0994, com Victoria ou Rafael, ou e-mail cursos@fundacaodorina.org.br, canais onde é possível saber quais são os requisitos para fazer os cursos.
Coordenadora dos Serviços de Apoio à Inclusão Profissional da fundação, Kelly Magalhães Pereira diz que, além das competências técnicas, são trabalhados aspectos como a inteligência emocional, trabalho em equipe e dinamismo. “Nos preocupamos em entregar um profissional que atenda ao perfil exigido pelas organizações.”
Klauber Nardelli, 34 anos, é recém-formado no curso de Massoterapia. Acometido por um meningioma, ele perdeu totalmente uma visão e teve reduzida uma outra para 20% de sua capacidade. A depressão ficou para trás e hoje ele aposta alto. “Vou me aperfeiçoar e quero abrir minha própria clínica”, diz.
Já Diana de Assis, 39 anos, descobriu que tem a retinopatia de Stargardt, forma mais comum de degeneração macular juvenil congênita, que leva à perda progressiva da visão. Ela sempre trabalhou na área administrativa, mas se identificou com a Massoterapia e está certa de que quer esta transição profissional.
“Que haja transformação e que ela comece comigo. Não somos o que sabemos, somos o que estamos dispostos a aprender”, finaliza.
Klauber Nardelli e Diana de Assis, recém-formados em Massoterapia.

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