Experiência, força de vontade e disposição são algumas das características desses profissionais que estão despertando interesse das empresas.
A expectativa de vida do brasileiro vem aumentando ao longo dos anos. Segundo dados do IBGE, quem nasceu em 2017 tem estimativa de viver até os 76 anos. Em 1940, a projeção era de apenas 45 anos e seis meses. Além disso, a chamada maioridade está cada vez mais ativa, retornando, inclusive, ao mercado de trabalho. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou, em 2018, que a população idosa representava 7,8% dos trabalhadores formais no País.
Para a especialista em comportamento Patrícia Lisboa, o aumento de idosos no mercado de trabalho deve ser visto pelas empresas como uma oportunidade. “O perfil da terceira idade é formado por uma mão de obra qualificada, experiente e altamente motivada. Investir nesse profissional é agregar valor e conhecimento, além de estimular a diversificação no ambiente corporativo”, explica.
Segundo Patrícia, pessoas que já alcançaram a maioridade mostram-se cheias de disposição e iniciativa. “Elas estão capacitadas para produzir e contribuir com as empresas e ainda possuem a vantagem de já terem criado seus filhos e cumprido suas obrigações sociais. Por este motivo, estão disponíveis para investir em si mesmas, em aprendizado e crescimento intelectual em suas carreiras”, diz.
Contratar profissionais maduros tem virado tendência. Já existem, inclusive, programas específicos para a admissão de pessoas acima dos 60 anos em algumas empresas. “A pluralidade é benéfica e, quando planejada, é possível aproveitar o melhor dos profissionais e da interação entre as gerações dentro do ambiente de trabalho. Pessoas maduras conseguem lidar com situações de conflito com mais serenidade e sabedoria. Agregam muito à equipe por sua experiência de vida e maturidade emocional”, explica Patrícia, acrescentando que existem treinamentos e outras ações estratégicas que podem ser realizados com os colaboradores para o desenvolvimento individual.
A especialista acrescenta que o idoso, quando volta ao mercado, já passou pelos anseios e necessidades dos profissionais mais jovens, como subir na carreira, adquirir bens, formar uma família, e, com isso, tem mais tempo e disposição para o novo. “Os objetivos do idoso são diferentes. É claro que muitos retornam ao trabalho para complementar sua renda ou da família, mas a maioria volta para aprender, empregar melhor o tempo disponível e compartilhar conhecimento. Eles entram nas empresas com sede de aprendizado, mas acabam ensinando e aconselhando os mais jovens”, finaliza Patrícia.