Patricia Pacheco diz que voluntariado pode trazer recompensas profissionais.
O voluntariado foi praticado por 7,2 milhões de pessoas no país em 2018, segundo o suplemento Outras Formas de Trabalho, da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no final de abril. Em relação ao ano anterior, houve uma ligeira queda de 1,6%, após alta de 13% entre 2016 e 2017.
O total de voluntários representou 4,3% da população com 14 anos ou mais, com maior participação das mulheres. “Pela questão cultural, a presença feminina é maior. Pessoas mais velhas, pelo tempo disponível e pela experiência de vida, se envolvem mais. Além disso, a participação dos mais escolarizados está relacionada a um rendimento mais estável e pelo próprio entendimento da necessidade de ajudar”, afirma a analista do IBGE, Maria Lúcia Vieira.
Segundo a pesquisa, o trabalho voluntário no país era realizado de forma consistente em 2018. A duração média das atividades foi de seis horas e meia por semana e a maior parte dos voluntários se dedicava quatro ou mais vezes por semana, principalmente em instituições religiosas, sindicatos, condomínios, partidos políticos, escolas, hospitais ou asilos.
Por outro lado, o trabalho voluntário individual vem crescendo aos poucos. “O trabalho de forma individual é aquele feito diretamente a outra pessoa, como um vizinho que acompanha um idoso a uma consulta médica ou uma pessoa que distribui alimentos a necessitados do bairro. Lembrando que o voluntário pode realizar trabalhos em mais de um local, o que também é captado pela pesquisa”, ressalta Maria Lúcia.
Para a consultora de RH da Luandre, Patricia Pacheco, é cada vez mais comum pessoas, principalmente jovens, engajadas em ações sociais. E isso é bom porque, além da solidariedade e a satisfação pessoal, o trabalho voluntário agrega valores importantes na carreira profissional, como empatia, flexibilidade e trabalho em equipe. “Hoje, as empresas estão cada vez mais voltadas para a responsabilidade social. Algumas até contratam colaboradores para organizar a área. Então, podemos dizer que ser voluntário é um diferencial positivo para o profissional”, afirma.
Diante disso, é preciso que as habilidades aprendidas no voluntariado estejam explícitas no currículo do profissional e sejam verbalizadas no momento da entrevista para o recrutador. Afinal, quem atua como voluntário passa por adversidades e aprender a lidar com a situação o prepara para contornar dificuldades no emprego.