O candidato a presidente pelo PT, Fernando Haddad, fala sobre seus projetos para diminuir o desemprego e outros temas de interesse do trabalhador. Por outro lado, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, não respondeu às perguntas do jornal.
O segundo turno das eleições termina no dia 28 de outubro, quando os eleitores escolherão o novo presidente da República. Como se trata de uma votação que decidirá os rumos do País nos próximos quatro anos, o jornal Amarelinho perguntou aos candidatos sobre suas propostas de melhoria da vida dos trabalhadores. Somente o candidato do PT, Fernando Haddad, respondeu aos questionamentos e explicou seus projetos para caso seja eleito presidente.
FERNANDO HADDAD/PT
Combate ao desemprego:
Vamos retomar os investimentos públicos, realizar as reformas bancária e tributária para reduzir o custo do crédito, isentar de imposto de renda quem ganha até cinco salários mínimos, para estimular o consumo e retomar imediatamente as obras paradas para assegurar o crescimento da economia e a geração do emprego. Os governos de Lula e do PT promoveram a inclusão social e a geração de mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada. O golpe de 2016 e sua agenda econômica agravaram a crise e estão promovendo a destruição do País. Mais de 13 milhões de pessoas estão desempregadas (Pnad Contínua/IBGE) e temos cinco milhões de desalentados. A força de trabalho subutilizada chega a quase 28 milhões de brasileiros. Uma catástrofe. Além disso, as políticas recessivas do atual governo não resolvem a crise estabelecida no País e trazem um cenário desastroso para os municípios e seus cidadãos e cidadãs.
Economia e desenvolvimento:
O Brasil precisa trilhar o caminho do desenvolvimento e não repetir esta fórmula desastrosa de Temer, validada e defendida por Bolsonaro, que já se comprovou ineficaz ao promover o desemprego, o endividamento, o aumento da pobreza e a volta da fome. Para superar essa dura realidade, o Estado precisa retomar sua capacidade de investimento e direcionar sua ação para as pessoas que mais precisam.
Reforma trabalhista:
Meu plano de governo prevê a revogação da reforma trabalhista, substituindo-a pelo Estatuto do Trabalho, construído em diálogo com os trabalhadores, empregadores e toda a sociedade. Desde que entrou em vigor a reforma trabalhista, foram criadas 35 mil vagas de emprego intermitente, aumentando a precarização do mercado de trabalho, principalmente em setores caracterizados por baixos salários e alta rotatividade. Até abril, houve quase 53 mil demissões por comum acordo, modalidade instituída pela reforma trabalhista e que retira direitos dos trabalhadores, impedindo, por exemplo, acesso ao seguro-desemprego. O que gera emprego é o crescimento da atividade econômica.
Reforma previdenciária:
Uma coisa é reformar e outra é expulsar os pobres da Previdência. Para nós, a Previdência é um direito. Qualquer mudança para garantir que as gerações futuras tenham condições de se aposentarem e receberem seus benefícios não pode ser feita para prejudicar o povo mais pobre, retirando, por exemplo, direitos dos trabalhadores rurais e das pessoas que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Desigualdade social:
Para combater as desigualdades sociais, propomos a redução dos juros e difusão do crédito, além de um programa emergencial de empregos e da garantia de recursos aos programas de transferência de renda. A retomada das obras paralisadas, de investimentos e dos programas de infraestrutura nos municípios são essenciais, com o envolvimento direto de atores sociais e instituições representativas de trabalhadores, empresários e sociedade civil para aumentar a ocupação da capacidade instalada existente de produção e consumo.
JAIR BOLSONARO/PSL
Como aconteceu no primeiro turno das eleições, o candidato não respondeu às perguntas enviadas pelo Amarelinho sobre suas propostas para diminuir o desemprego e ações para melhorar a vida dos trabalhadores. Além de desrespeitar quase meio milhão de leitores, ele impede o jornal de praticar sua diretriz editorial, que prega a pluralidade e o pluripartidarismo, sem privilégio a nenhum candidato ou partido.